Quando entrei nas arquibancadas eu vi o Careca. Juro que vi. O mesmo semblante, a mesma bandeira enrolada no corpo, o mesmo rosto cheio de talco, o mesmo sorriso.
Só não esperava vê-lo chorando, copiosamente, depois do apito final. Meus amigos, que força teve aquela cena. Escrevo deixando o estádio, flutuando sobre o concreto, em absoluto êxtase, com a imagem de nosso torcedor símbolo agradecendo ao Fluminense por tanto, por tanto, por tanto.
A América hoje é do Careca, que na verdade sou eu e você. A América hoje é o dos que que ainda vão nascer tricolores e também dos tricolores que nos deixaram e que pavimentaram nosso caminho até aqui.
Eu não tenho condições de falar sobre o jogo que vi. Vocês me desculpem. Espero que um dia, com a consciência de volta, eu consiga falar sobre este jogo, que será lembrado por gerações e mais gerações.
A história desta final será contada em salas de aula, em mesas de bar, em repartições e elevadores, em maternidades e velórios.
Por ora eu só quero agradecer a cada um de vocês, meus irmãos de sangue. Cada lágrima vertida nesta rampa tem um nome. João, José, Maria, Silvio, Ricardo, Joana...
São inúmeras. E eternas.
Como eterno é o Fluminense, o maior campeão de todos os tempos.
Eu te amo, meu Fluminense.
Você me basta.
É campeão, porra! É campeão!
Gustavo Albuquerque